quarta-feira, 28 de março de 2012

Das cenas inesquecíveis - Lost in Translation


Sofia Coppola é o tipo de diretora e roteirista que ou você adora ou odeia. Eu me encaixo no primeiro grupo. Há algo de melancólico nos filmes dela, talvez algo embutido entre o silêncio que paira entre uma fala e outra, ou na música que embala as paisagens urbanas... esse algo melancólico me encanta. A diretora consegue captar o mundo solitário de um indivíduo, seja ele um ator de cinema decadente no meio de uma crise pessoal ou uma moça na flor da juventude com um sentimento aterrador de inadequação e insatisfação. Porque o indivíduo está mesmo em si quando está em silêncio. É ali que pensa, que sofre, que pondera, medita... ou que não quer pensar em nada, simplesmente. De alguma forma bizarra a diretora consegue captar isso, e transforma em algo quase poético em suas cenas.
A cena a seguir é do filme Lost in Translation, ou, no Brasil, Encontros e Desencontros. Nessa cena há o "encontro" final dos dois, que apenas fecha o enorme "desencontro" entre eles e consigo mesmos. Pode parecer lírico demais, até piegas, mas um pouco de cada um de nós se identifica com os elementos dessa cena. De quebra, a música ajuda muito, o som abafado do Jesus and Mary Chain com Just Like Honey. Liiiindo.



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