Para completar o quadro geral do ser clichê que admito ser (e que gosto de ser), venho fazer um TOP 5 dos filmes mais geniais do meu, do seu, do nosso adorado cineasta, escritor, ator e outras coisas mais, Woody Allen.
A ordem será cronológica, do mais antigo ao mais atual, pois seria desafio demais tentar classificá-los do melhor para o... menos melhor? rsrs (me perdoem os estetas do português, mas não dá para falar "pior")
Annie Hall é o grande marco na carreira de Woody Allen. A partir deste filme o cineasta passou a ser reconhecido mundialmente por suas comédias existenciais que permeiam os relacionamentos amorosos.O filme traça a relação de Alvy Singer, o próprio Woody, e Annie Hall, Diane Keaton (papel que marcou profundamente sua carreira). Não precisa dizer que ambos têm comportamento neurótico, como já diz o jocoso título do filme em português: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Assistindo, você não sabe se torce para o casal ficar junto ou se separar de vez. Uma loucura.
"A relationship, I think, is like a shark. You know? It has to constantly move forward or it dies. And I think what we got on our hands is a dead shark" Alvy Singer
Manhattan desponta quando Woody Allen já se consagrou como ótimo diretor, escritor e ator (caricatural, é claro). Já está estabelecida sua obsessão com os temas Nova Iorque, americanos judeus, relacionamentos amorosos complicados, e insatisfação crônica. Neste filme, Woody é Isaac, recém divorciado de Jill (a já glamurosa Maryl Streep, novinha). Ela está escrevendo um livro que parece bem autobiográfico, e revela detalhes de seu casamento. Isaac está se relacionando com uma adolescente, mas não parece nada satisfeito... e daí se desenrolam desejos, triângulos amorosos e outras formas geográficas mais difíceis de descrever. A fotografia do filme é linda e valoriza muito os horizontes da metrópole mais famosa do mundo.
"I think people should mate for life, like pigeons or Catholics" Isaac Davis
Match Point está na lista porque representa o início de uma fase na carreira de Woody Allen: películas filmadas na Europa. Este, por exemplo, foi rodado na Inglaterra. A trama do filme envolve mentiras e traições de um homem, Cris Wilton, que custa a decidir se prefere uma vida financeiramente confortável ao lado de sua esposa rica, ou sexualmente interessante ao lado da amante. A sorte é a grande personagem principal do filme, não abandonando nunca Cris. Uma influência forte e clara é o livro Crime e Castigo de Dostoiévsky. Há várias passagens que remetem à obra. É um filme marcante, que abre uma era muito agradável da obra de Woody Allen.
"Eu prefiro ter sorte do que ser bom"
4)
Vicky Cristina Barcelona 2008
Ah... este filme é extremamente agradável. Misture Espanha, Javier Bardem, Penélope Cruz, Scarlett Johansson, vinhos, Gaudí e Woody Allen. Dá pra ficar melhor? Uma trilha sonora incrível recheada de guitarras espanholas, imagens maravilhosas, diálogos interessantes e dúvidas existenciais na flor da juventude. Não precisa de mais nada. Mas, se interessar, Woody se inspirou na obra de Henry James sobre as diferenças em como europeus e americanos tratam o amor (ato e sentimento). Na época, coincidentemente ou não, estava lendo Retrato de uma Senhora, do Henry James, e vi bastante a diferença relatada. De qualquer forma, é um filme que assistiria de novo, e de novo, e de novo...
"Maria Elena used to say that only unfulfilled love can be romantic" Juan Antonio
5)
Meia Noite em Paris 2011
Por fim, escolhi este filme para fechar a lista. Não julgo que seja o melhor ou o mais genial (apesar de me inclinar bastante nessa última opção), mas une algumas das coisas que mais me divertem na vida: cinema e literatura, num estilo bem Woody Allen. Ainda mais ambientado na linda Paris, na "época de ouro". A história gira em torno de Gil (Owen Wilson), escritor americano que passa férias em Paris. Um dia, andando à noite, pega uma carona que o teletransporta para a Paris dos anos 20. Alí, pasmo, ele conhece grandes nomes da época que, para ele, representa a era de ouro na qual queria ter nascido. Scott e Zelda Fitzgerald e Ernest Hemingway passam a ser parte de seu cotidiano, e até Dalí e Bañuel dão uma pinta na trama. Fascinante!
"That Paris exists and anyone could choose to live anywhere else in the world will always be a mystery to me"
(se fosse uma simples questão de escolha...)