Então assisti Os descendentes. Não sei se é a idade
chegando, ou a época do mês que me encontro, mas tenho me sentido muito mais
emotiva ao ver estes dramas familiares.
O filme se passa no Havaí, mas, logo de cara, nas primeiras
frases narradas pelo personagem do George Clooney, Matt King, você entende que
não se trata de praias cristalinas, sol rachando e mulheres com colares de
hibisco balançando os quadris. É um drama familiar, sim senhor. A mãe de duas
filhas, esposa do sr. King, bateu a cabeça no barco e está em coma desde então.
Sua filha caçula, Scottie, está refletindo sua angústia em mau comportamento e bulling na escola. A filha mais velha,
Alex, é uma adolescente que, brigada com a mãe desde o Natal, passa seus dias
na escola com crises de indisciplina regadas a álcool. E o chefe de família,
advogado dedicado, marido displicente e pai confuso, tenta equilibrar a
situação como malabarista. Em meio às negociações da venda milionária de um
terreno do qual é herdeiro junto aos seus primos, tenta manter um pensamento
positivo com relação à situação da esposa. Talvez, quando ela acordar, o
casamento adormecido acorde junto, a família se reúna e tudo tenha um final
feliz. Assim seria, até o médico dar o veredito final: ela não vai sair do
coma. Terão que desligar os aparelhos. Segue-se então a tarefa nada agradável
de contar aos amigos e familiares a notícia, para que tenham a chance de se
despedir. Mas uma notícia complica ainda mais as coisas: a esposa estava o
traindo, havia algum tempo, com um corretor de imóveis. A filha sabia (ela o
contou), e amigos sabiam. E ele decide que seria decente avisar ao amante sobre
a morte. Muito altruísmo? Decisões equivocadas? Quem nunca teve um drama na
família que atire a primeira pedra.
Esse não é um filme qualquer sobre o Havaí. Tampouco um
filme qualquer sobre uma morte em família. É um filme que, de alguma forma,
desperta um pouco de identidade e simpatia com aquela família. E, no geral, um
bom entretenimento para passar o tempo.
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