segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O tempo passou! ou a Ressonância de Schumann

Então é notório que não temos mais tempo. Este artigo de luxo, que não se compra em boutiques quaisquer, nos abandonou de vez. Volta e meia um intelectual ou cientista louco ensaia uma explicação pra esse fenômeno mordaz. Outro dia, minha madrasta contou que lhe contou alguém sobre a teoria da ressonância de Schumann. De acordo com o físico alemão, cujo tempo na Terra já deve ter acabado (imagino), o campo eletromagnético do planeta possui uma ressonância que antigamente atingia uma constante de 7,83 pulsações por segundo, algo como um marca passo que rege pulsações de todos os seres vivos da mesma forma. O problema é que, de uns tempos pra cá, a partir dos anos 80 (que coisa mais recente), a Terra passou a pulsar muito mais rápido. E isso, é claro, afetou todo o equilíbrio dos ecossistemas, alterou o eixo do planeta, e o tempo, agora, passa mais rápido. Eu não sei o quanto disso é verdade. Imagino que o alemão deva ser de confiança (não se brinca com os germânicos), mas as interpretações de teorias por terceiros deixa o assunto pra lá de complicado. Fato é que, a cada dia, eu não sei o que fiz com o tempo que tinha. 24 horas parece tanto, mas é um sopro. Há quem diga, baseado no tal físico, que o dia agora tem 16 horas. Se durmo por 8 horas (e eu sou dessas que necessita de 8 horas de sono), e o dia tem 16, só restam mais 8. Entre cuidados de higiene, beleza, alimentação, arrumações rotineiras, locomoção e coisa e tal, vão mais umas 4 horas, no mínimo. Mais o trabalho, teoricamente 8 horas diárias (eu que sou bolsista doutoranda às vezes levo bem mais que isso no laboratório, mas tenho flexibilidade pra levar menos também), já me deixa devendo 4 horas negativas por dia. E o lazer? Como faço para ler, ouvir música, namorar, sair, cinema, restaurante, etc? Onde está o tempo? E o mais engraçado, ou trágico, é que, apesar disso tudo, vejo meu tempo sendo sugado pelas modernidades mais inúteis possíveis, leia-se fecebook, angrybirds, tetris (!), wii, etc. Seguimos procurando pela máquina do tempo, não para viagem, mas para multiplicação das horas, tantas horas, que precisamos.

2 comentários:

  1. Não conhecia essa teoria, mas também não acredito muito nela não (hahaha vou desafiar os germânicos). Acho que o tempo passa mais rápido por causa da quantidade de informações que precisamos processar hoje. A vida era mais lenta quando o máximo de informação que você tinha por dia vinha do barulho da rua, do jornal impresso e das conversas com o padeiro. Hoje, se você acordar e ligar um noticiário qualquer, além das notícias que estão sendo faladas você ainda acompanha aquelas notinhas embaixo enquanto faz o café e troca de roupa. Depois, se for ligar o computador, são milhares de cores, letras, links, telas, etc etc. Tempo na era de hoje é informação, e à medida que ela vai ficando mais efêmera, o senhor relógio vai encurtando também.
    Falei demais porque amei seu blog. Obrigada pela visita, vou vir aqui sempre!!!
    Beijos
    Tati

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  2. Oi Tati! Obrigada pela visita e pelo recadinho. Concordo demais com você. Por isso mesmo mencionei também as coisas inúteis que tomam nosso tempo, como o facebook e companhia. São muitas coisas ao mesmo tempo e tentamos agarrar tudo, sofremos de uma desatualização crônica... difícil! E ainda por cima resolvemos ter blogs... rsrsrs
    Beijos!

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