quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Flappers and Philosophers - Scott Fitzgerald





Este é um dos livros de menor sucesso de Scott Fitzgerald. Coleção de histórias, os temas são os mais variados. No início estava em dúvida se o estilo me agradava ou não, acho que tinha uma certa expectativa construída. Uma amiga já havia me recomendado o autor e a vontade de lê-lo aumentou desde que assisti Meia Noite em Paris, do inigualável Woody Allen. Fato é que minha simpatia e empolgação foi progressivamente aumentando. Alguns pontos me chamaram a atenção, e vou mencioná-los apenas pelo entretenimento de fazê-lo, pois não sou, nem de longe, muito entendida do mundo da literatura (como gostaria de ser). A figura da mulher é bem interessante. Estamos falando dos anos 20, que apesar de sofrer os danos da Primeira Guerra Mundial, foram anos de alta produção e inovação cultural, e onde o papel e figura da mulher começou a mudar um pouco. Fitzgerald, em quase todos os contos com presença feminina forte, reporta uma mulher astuta, consciente de si e independente, que não segue o modelo da dona de casa determinista. Isso fica claro em várias passagens, como no conto The Ice Palace, onde a personagem Sally Carrol diz: “If those women aren´t beautiful, they´re nothing. They just fade out when you look at them. They´re glorified domestics”. Em outro, Head and Shoulders, mostra a ironia de um casal, ele intelectual, ela dançarina (ele head, ela shoulders), que aos poucos vão trocando de papéis a medida que a vida brinca com eles, e quando ela escreve um livro que vira um sucesso, um jornalista faz menção ao casal com os papéis invertidos (ela head, ele shoulders). Outro ponto interessante é a menção da libertação do cristianismo e do teísmo como determinadores de condutas morais. O conto Benediction narra o mal estar da irmã de um seminarista ao visitar a igreja por ele frequentada: “(...) I can´t tell you how inconvenient being a Catholic is. (…) As far as morals go, some of the wildest boys I know are Catholics. And the brightest boys – I mean the ones who think and read a lot, don´t seem to believe in much of anything anymore”.  Incrível como o tempo passa e alguns pontos continuam em debate até hoje. De conto em conto fui me tornando mais e mais interessada no autor e na produção da época, por vezes fiquei imaginando como seriam as adaptações dos contos para curtas-metragens, com certeza muito divertidas. Fiquei com vontade de imergir mais nestes anos dourados...


"There was the eternally kissable mouth, small, lightly sensual, and utterly disturbing" 
(Sobre Zelda)

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